quinta-feira, 10 de julho de 2008

Hancock

Hancock é um filme estranho. Começa de uma maneira, com potencial pra seguir várias direções e se mostrar criativo em quase todas elas, apesar de um pouco forçado e acaba indo para um lado completamente absurdo e decepcionante.

O filme já demonstra problemas nos primeiros vinte minutos, quando os personagens de Will Smith e Charlize Theron se encontram e trocam olhares exagerados durante longos planos, em mais de uma cena, como se o diretor achasse que nós somos burros e quisesse soletrar que os dois tinham algum relacionamento prévio. Assim, alguns palpites de como a narrativa vai se desenrolar já podiam ser feitos, mas eu ainda esperava algo mais interessante, menos caótico e sem nexo algum, como efetivamente o desenrolar é. Além disso, os efeitos especiais são toscos e a atuação de Smith, que não chega a ser ruim, é a pior dos últimos tempos.

Hancock começa com uma premissa interessante: um super herói bêbado, mal educado e com um temperamento curto que quase atrapalha mais do que ajuda quando tenta resolver uma situação qualquer de perigo. Ou seja, ao contrário do que esperamos de um herói, ele não tem consciência, nem moral. Mas em vez do diretor desenvolver alguma história criativa e interessante com isso, como ele tentando se adaptar, mas tendo dificuldades ou pelo menos se focando mais nesse aspecto diferente, ele explora um romance impossível besta com uma explicação nem um pouco plausível ou satisfatória. Com direito a dupla identidade que se mostra através de maquiagem pesada, ou seja, “quando sou herói uso lápis no olho”. Faça-me o favor.

O que começa como algo mais mundano:

um cara muito forte, invencível (pode-se dizer), mas com uma personalidade cheia de falhas, faz o papel de herói, meio a contragosto, por causa dessa característica de origem inexplicável e acaba não sabendo lidar com suas responsabilidades...

...vai para um outro nível de absurdo e irrealidade que não se sustenta.

O melhor personagem é Ray Embray, interpretado por Jason Bateman. Um homem de relações públicas que quer mudar o mundo tentando convencer empresas a colaborarem um pouco em troca de um símbolo que as fariam parecer engajadas em causas sociais, ganhando crédito e apreço da população preocupada. Enfim, um homem que tenta fazer milagres em relação a grandes empresas que não se importam com o que ele está tentando fazer.

O filme ganha alguns pontos por tentar passar uma mensagem positiva, mostrando praticamente que Ray é o verdadeiro herói, uma pessoa simples que faz o que está em seu alcance para melhorar o lugar onde vive.

Mas estou sendo um pouco injusta. O filme de Peter Berg tem várias cenas engraçadas e a personalidade de Hancock gera empatia, nos fazendo acompanhá-lo em suas ações e querer seu bem. Além disso, o menininho (Jae Head) é uma graça.

Se pensarmos em “Hancock” como um filme B de super heróis, acho que o resultado é bom, porque ele não estaria se levando a sério e sim tentando divertir e gerar cenas absurdas com efeitos dramáticos e visuais. Eu tentei vê-lo dessa forma. Sem pretensões. Apenas brincando com os clichês das produções desse gênero. E consegui me divertir. Mas não vá esperando nada mais elaborado que isso!

Um comentário:

Anônimo disse...

Ainda não fui ver essa super bomba do Sr. Smith. Acho q posso colocar meu dinheiro em melhor uso.

Ah! E assiste "Young People Fucking"! apesar do titulo o filme eh absolutamente genial. Acabei de ver agora, ja foi pra lista de favoritos pra sempre! XD

Agora q vc fez critica de Hancock espero uma super Bat critica na semana q vem, =P.