Acústica: de elevador
maneirismos: de um cantor grunge (fenomeno que se figura principalmente na pronúncia de breath e fearless)
cor: fundo esverdeado. provavelmente um branco adaptado.
letra: massive attack, não conheço muito, mas estou mais intrigada a conhecer.
instrumento: um violão. aparentemente. mas sonoramente uma percussão se faz presente.
a voz dele viaja irregularmente pelo espaço. abaixa, equaliza, sobe, e volta.sempre agradável.
incrível como maneja os sons, distintivamente de uma batida para outra, de um lugar no violão para outro, de uma mão aberta para uma semi aberta.como dedilha e solta o verbo e os dedos, que flutuam pelas cordas.
o som um pouco metálico só mais credibilidade, se é que isso faz algum sentido.
e pra finalizar, balança o violão, gerando ondas das ondas sonoras. provocando um efeito simples mas eficiente.
Newton Faulkner
Teardrop:
Love love is a verb
Love is a doing word
Fearless on my breath
Gentle impulsion
Shakes me makes me lighter
Fearless on my breath
Teardrop on the fire
Fearless on my breath
Night night of matter
Black flowers blossom
Fearless on my breath
Black flowers blossom
Fearless on my breath
Teardrop on the fire
Fearless on my breath
Water is my eye
Most faithful mirror
Fearless on my breath
Teardrop on the fire of a confession
Fearless on my breath
Most faithful mirror
Fearless on my breath
Teardrop on the fire
Fearless on my breath
you're stumbling into
you're stumbling into
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
domingo, 15 de novembro de 2009
500 dias com ela
This is not a love story. True or false?
(Essa não é uma história de amor. Verdadeiro ou falso?)
Vejamos....
Começo por um dos elementos mais importantes do filme: a trilha sonora. Composta de acordo com o gosto musical dos personagens e seguindo o caráter leve, melancólico, às vezes, mas principalmente carinhoso da linha narrativa. Dentre as principais canções, estão The Smiths, Regina Spektor, Pixies, Carla Bruni, Paul Simon e a própria banda de Zooey Deschanel: She & Him.
O filme de estréia de Marc Webb como diretor nos dá a oportunidade de acompanhar o processo do relacionamento de Tom Hansen e Summer Finn.
Os tais 500 dias são a duração desse ciclo: rapaz conhece moça, rapaz se interessa, moça fica intrigada, um beijo acontece, um beijo leva a dois, três e quando vêem estão se beijando na horizontal. Da cumplicidade e do riso se faz a careta e o drama por algo que você nem entende. Do término vem a dor e a vontade da reconquista. Quando esse desejo não se realiza e você percebe que é incontornável, vem o buraco, o fundo e a subida. A necessidade de mudança e de perceber que aquilo foi só uma dificuldade, uma tristeza, uma das muitas que sentirá, mas que de forma alguma deve ser visto como o fim do mundo e nem como algo ruim.
E um dos grandes méritos do filme é conseguir mostrar todos esses procedimentos de forma descontraída, simples, mais realista do que normalmente vemos: a antecipação, as expectativas, aquele começo quando aceitamos tudo que o outro diz porque não queremos estragar nada, mesmo que saibamos que podemos nos machucar mais tarde, a conquista e todas as investidas que saem pela culatra. Os constrangimentos e a obsessão de interpretarmos cada palavra ou ato do alvo de nosso interesse. Em suma, o período de descobrir o outro: suas manias, suas marcas, seus segredos, as semelhanças entre os dois, as convergências de gostos, etc. Depois da aparente conquista, vem o momento tão esperado de se sentir a pessoa mais feliz do mundo.
Duas pessoas se conhecendo. Não sabem o que o outro vai dizer ou fazer. Aquela insegurança de estar se entregando a um recém desconhecido.
Summer lhe diz, depois de um desentendimento, que não pode prometer nada, não pode dar garantias de que vai acordar todos os dias sentindo a mesma vontade de estar com ele (ninguém pode). E diante da necessidade de alguma consistência, como ele mesmo diz, reafirma que não é um rótulo de namorado(a) que lhes dará isso.
Apesar dos empecilhos e da aparente certeza de que Summer não quer se envolver, Tom percebe seu processo de desabrochar acontecer na frente de seus olhos. Ele, indivíduo naquela dupla que, como quase sempre há, está mais apaixonado do que ela, nota as barreiras desmoronando e acredita que em algum momento será correspondido com um sentimento tão forte quanto o seu. Mas as coisas não são simples assim na vida e nem sempre acontecem como queremos....
Ao que nos leva ao segundo e grande mérito do filme. Seu conceito de amor, de final feliz não segue o mainstream de comédias românticas americanas, em que quase sempre podemos adivinhar os passos seguintes e certamente o desfecho.
Diferente do que comumente vemos, “500 dias com ela” defende que não há apenas uma pessoa para cada um. Achar que só existe UMA, alma gêmea, a ser encontrada e capturada é esperar um par idealizado e se fechar para qualquer outra possibilidade. Como um dos melhores amigos de Hansen mesmo diz, a mulher IDEAL dele provavelmente seria muito diferente daquela com quem está, mas ele prefere essa, por ser REAL.
Há uma cena em que Tom está prestes a se demitir, coração partido e indignado com a falsidade de dizeres dos cartões que têm ajudado a escrever e vender. Diz que é culpa de filmes, músicas e cartões como esses que sempre esperamos algo que acabamos por não encontrar. Por mais que essa reação seja um certo exagero, fruto de sua desilusão, há um fundo de verdade nisso. Somos muito influenciados por aquilo que vimos e ouvimos. Essas representações do que seria amar, estar apaixonado, ter um amigo, ter um término, sofrer, etc... que só fazem nos confundir.
Porque na verdade o que mais vemos são falsas interpretações que se pretendem verdadeiras. Filmes hollywoodianos que escolhem UM dos milhares de caminhos possíveis, mas que não necessariamente é o certo. Ao invés de vermos filmes e ouvirmos músicas que nos ajudem a lidar com nossas situações, questionamentos e sofrimentos, vemos espelhos que não nos representam e achamos que os errados somos nós. Estamos incessantemente a espera de algo que vimos antes, de um pré-conceito. Achamos que a não ser que sintamos aquilo que Hannah Montana ou Julia Roberts disse sentir, não deve ser verdade.
Depois desse grande desvio de caminho, (dês)abafado, continuo na exposição dos meus elementos favoritos:
Quando Tom conversa com sua amiga mais nova e sábia, muito importante para sua recuperação, ela lhe diz para parar de pensar apenas nos momentos bons e em quanto eles combinavam, mas pede para que ele dê uma vista geral, mais minuciosa e perceba que nem tudo era tão perfeito e incrível como imaginava. Ao pensar com mais atenção, Tom vê que realmente ouve momentos bons e ruins. Não necessariamente Summer era tão compatível assim e o simples fato dela não corresponder seus sentimentos como ele precisava, já indica um bom motivo de separação.
Porém não há necessidade de melodrama. Como os personagens dizem numa de suas conversas:
Todas essas pessoas que você namorou parecem bacanas. O que aconteceu?
O que sempre acontece. A vida aconteceu.
Na vida, passamos por períodos difíceis, desilusões, sofremos! Mas seguimos em diante! E aprendemos.
O que me leva ao terceiro grande mérito do filme: a aproximação dos personagens na tela com nós mesmos e nossos amigos. Eu estar citando as situações do desenrolar ficcional é apenas um artifício para mostrar o quão parecidas com nossa vivência essas são.
As brigas e as motivações que os unem são muito mais próximas da nossa realidade. Assim como essa não definição de relacionamentos, resultado de um fenômeno recente, que se recusam a colocar rótulos.
A intimidade que permanece quando os dois voltam a se encontrar, o carinho que não se desfaz. A dor que sentimos ao ouvir que um novo alguém é capaz de oferecer o que nós não pudemos. A mão sobre a mão de desfecho.
O momento em que a tela é dividida entre realidade e expectativa é sensacional. Todos já sentiram isso.
O que a uma hora e quarenta nos mostra é que a experiência que ambos tiveram juntos valeu a pena. Esse momento que dividiram serviu para que aprendessem, se divertissem e conhecessem uma outra pessoa que sempre irão admirar e amar.
Uma quarta conseqüência desse encontro foi um ter ajudado o outro a mudar, a enxergar certas coisas que antes não viam. Conclusão essa que podemos tirar tanto da atitude de Hansen...
...é necessário estar bem consigo mesmo, sozinho, autosuficiente para que outra pessoa possa nos dar valor e para que possamos olhar ao redor. O amor que ele sentia por ela equilibrava todas as imperfeições de sua vida. Contanto que os dois estivessem bem, ele podia estar num emprego que não gostava. Percebe então que estar com outro deve ser um complemento a uma já contentação pessoal.
... quanto da de Summer, que percebeu que pode ser surpreendida pelo inesperado.
A narração vem dos momentos mais pertinentes, viradas importantes na vida de Hansen, com um caráter muito narrativo e quase irônico, em harmonia, mais uma vez, com a sensação leve do filme.
Como o narrador diz logo no início temos duas situações opostas que podemos dizer ao final serem ambas incorretas.
- ele achava que a vida seria realmente feliz e completa somente quando encontrasse a mulher ideal.
- ela não acreditava que houvesse nada tão forte ou significativo quanto a idéia de amor que todos disseminam.
Depois de tantos aprendizados que podemos captar, um dos que mais gosto é que não há caminho certo. Não há fórmula ou receita para saber o que sentimos e o quão verdadeiro o sentimento é. O que há é o acaso. Encontros, coincidências...
Mas a vida é assim, uma série de encontros e desencontros imprevisíveis. E o que fazemos dessas coincidências é que muda nossas vidas.
Um filme delicado, que não precisa inventar grandes eventos, reconquistas ou finais tradicionalmente felizes para mostrar o que bem estar pode ser. Um filme com o qual muitos vão poder se identificar, que fala mais diretamente e abertamente ao público e que gera finalmente um pouco de conforto, ajudando esse público a compreender e se recuperar de suas próprias dificuldades. Ainda, um filme de amor sim. Pode não ser o tipo convencional que acaba em casamento, mas amor de amizade, de alegria, de amar.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Filhos bastardos do cinema de guerra
Inglorious Bastards, de Quentin Tarantino é um de seus filmes mais maduros e políticos. Como justificar isso? Tentarei.
As influências de diretores como Sam Peckinpah e Sergio Leone continuam lá, (in)sãs e salvas. Desde a estética da violência, com direito a câmeras lenta e expressões desgraçadas dos personagens ao atirarem de um a uma atmosfera de tensão e traição do outro.
Os primeiros 15 minutos são magistrais, uma abertura quase épica. Uma aula de cinema em "como criar tensão e gerar expectativa no espectador, parte um".
Os primeiros 15 minutos são magistrais, uma abertura quase épica. Uma aula de cinema em "como criar tensão e gerar expectativa no espectador, parte um".
Me lembrou bastante o começo de Era uma vez no Oeste. Os gestos lentos, o silêncio, a espera, a não explicação ao espectador logo de primeira do que está acontecendo... Além disso, a trilha sonora misturando "Pour Elise" com um violão "flamenco", contextualiza a dramaticidade daquele momento e ainda atualiza o clássico de Beethoven.
A calma com que tudo se desenrola naquelas primeiras cenas na casa do senhor Lapadite: servir o leite, acender o cachimbo, a educação e polidez do Coronel e do chefe da família, a paciência e meticulosidade de cada gesto e palavra são impressionantes e provocam eficientemente a sensação de tensão quase superficial (de superfície, não falsa) pretendida pelo diretor. Além de ser uma fantástica maneira de se apresentar um de nossos protagonistas.
Momentos de tensão como esse são espalhados por todo o filme. A antecipação da chegada do Judeu Urso, com apenas o som do taco de beisebal ecoando de dentro da caverna, ou a cena das armas apontadas em direções opostas debaixo de uma mesa, e ainda uma, quase versão subversiva de cinderela, dentre outras são alguns exemplos.
Meu comentário deste ser um filme político, advem de dois fatores.
Um - todos os personagens são caricatos. Ninguém se salva. Americanos são burros e rudes, alemães são inquietos, fortes e raivosos, alguns simplesmente maus e ingleses são polidos e exagerados na dicção das palavras e em sua educação. Essas são algumas possíveis, mas não finitas interpretações. O que quero dizer é que não há dois lados caracterizados: maus e bons. Ambos os lados são atraentes em seus personagens e cretinos. Ninguém está imune aos terrores da guerra. Os próprios judeus, inesperadamente, estão sendo mostrados como assassinos em busca de vingança. Há um equilíbrio admirável entre os dois lados: Aldo Raine e Coronel Hans Landa de um lado, a judia e o soldado nazista simpático do outro, Hitler mimado e ridículo e Churchill gordo e de meias palavras, etc. Acho até que o comportamento dos judeus (violento e vingativo) é razoavelmente justificado pela caracterização também exagerada dos nazistas e pode ser tido apenas como um artifício para gerar humor durante o filme quase inteiro. O momento mesmo em que para mim esse discuroso muda é o que me levará ao segundo fator:
A cena final de Bastardos Inglórios me parece (e sei que é uma das possíveis interpretações) um discurso claro de Tarantino como uma crítica não só ao cinema de segunda guerra, como ao espectador comum e à própria guerra.
A cena final de Bastardos Inglórios me parece (e sei que é uma das possíveis interpretações) um discurso claro de Tarantino como uma crítica não só ao cinema de segunda guerra, como ao espectador comum e à própria guerra.
Quem não viu o filme, não leia o que vou escrever aqui:
Quando a sala de cinema pega fogo e todas aquelas pessoas estão sendo queimadas vivas, desesperadas por uma saída, aquele ato de justiça pretendido pela judia torna-se crueldade, vingança, desumano. É difícil rir ou tirar satisfação daquele momento, pelo menos para mim. E para finalizar vem o ápice do absurdo, quando os dois bastards metralham Hitler e seus acompanhantes, destruindo assim a fonte e a pirâmide do poder nazista. E não bastando mudar completamente os rumos da história, Tarantino reafirma a ação: Donny Donowitz metralha até destruir completamente a cara de Hitler, num ato e num ângulo quase Rambo ou filme de metralhadoras que o valha. É o momento que todos na platéia estavam esperando, mas não achavam, que ia acontecer. A ultra vingança, a vingança última do espectador. Dar a Hitler o que ele merece. Mas a cena é construída de forma tão exagerada que chega a ser patética. Ele está dando o que o público quer. Está dizendo, "é isso não é? sem nenhuma piedade. vamos destruir todos aqueles nazistas desgraçados." Mas no final das contas o bastard que o mata está se igualando às imagens do filme que estava passando, "O Orgulho da Nação", em que grande parte dos minutos mostrados é preenchido por muitas mortes, uma atrás da outra.
Bom. Resumindo. Creio que o filme mostra que numa guerra não há vítimas nem culpados. Ninguém está impune ou isento dos horrores, todos acabam se rebaixando aos atos mais terríveis e a crueldade passa a ser a lei.
A crítica que mencionei ao cinema feito pós 45 vem da forma de retratar Hitler, que além de recurso cômico, é genial por nos mostrar quão ridícula era a maneira com que costumávamos pensá-lo: louco, sem personalidade, nenhuma simpatia, etc. Filmes dessa época retratavam comunistas e nazistas como robôs malvados, pessoas sem nenhuma compaixão. No máximo eram astutos e inteligentes, mas nunca mereciam um respiro de hesitação na hora de serem executados. Por serem inimigos (americanos e portanto, de Hollywood), não mereciam maiores complexidades de caráter. Deveriam ser vistos sem piedade.
Outro ponto que admiro é a narrativa instável, que não segue um padrão lógico nem previsível, muitas vezes fazendo exatamente o que não esperávamos.
E finalmente, como não poderia deixar de ser, Tarantino ama cinema, e neste filme sua devoção vai muito além das citações e claras influências. O cinema tem um papel fundamental na narrativa e nos personagens. É tida como metáfora em diversos momentos:
- Quando Brad Pitt diz que um espancamento é o mais próximo de um filme que eles teriam, está falando de um cinema espetáculo, que gera entretenimento.
- Há o cinema como resistência, no caso do filme, levado ao extremo e usado como arma de vingança.
- Espaço de encontro. Um local que reúne as pessoas.
- Cinema de arte, a cima de qualquer nacionalidade ou teoria política (até hoje os filmes de Riefenstall são tidos como obras prima e o personagem do soldado inglês, um ex crítico de cinema, era um admirador do expressionismo alemão).
- Cinema como propaganda e fonte de contágio de valores morais, por mais terríveis que possam ser.
Enfim, é pelas referências, pela capacidade de fazer rir e falar sério, pela reflexão que gera sobre a linguagem cinematográfica e a forma que esta lida com a história, pela maestria na execução de planos e cortes, diálogos como sempre inteligentes e exatos e por seus personagens sedutores... é que Bastardos Inglórios é um dos melhores filmes de Tarantino.
domingo, 8 de novembro de 2009
Frases que fazem sorrir
Este ano, Yoko Ono recebeu o prêmio Leão de Ouro de Lifetime Achievement na Bienal de Veneza.
Para comemorar, mais de mil outdoors foram espalhados por diferentes cidades da Itália. Bologna, Padova, Milão, Veneza, Florença, Roma, Mestre e Verona.
Conteúdo do outdoor, uma palavra: DREAM e embaixo, em letras menores, Yoko Ono 2009.
Uma iniciativa simples, uma palavra óbvia, um verbo infinitivo, quase um livro poema ao ar livre.
Mas uma definição não é importante, o que importa mesmo é a reação das pessoas.
Não há muito a ser dito... Creio que cada um pensa em outras muitas frases depois de olhar para o outdoor.
Tudo que sei é que me fez a faz sorrir e pensar que tudo é possível.
A dream you dream alone is only a dream
A dream you dream together is reality
Yoko Ono
Para comemorar, mais de mil outdoors foram espalhados por diferentes cidades da Itália. Bologna, Padova, Milão, Veneza, Florença, Roma, Mestre e Verona.
Conteúdo do outdoor, uma palavra: DREAM e embaixo, em letras menores, Yoko Ono 2009.
Uma iniciativa simples, uma palavra óbvia, um verbo infinitivo, quase um livro poema ao ar livre.
Mas uma definição não é importante, o que importa mesmo é a reação das pessoas.
Não há muito a ser dito... Creio que cada um pensa em outras muitas frases depois de olhar para o outdoor.
Tudo que sei é que me fez a faz sorrir e pensar que tudo é possível.
A dream you dream alone is only a dream
A dream you dream together is reality
Yoko Ono
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
A change is gonna come - Um primeiro passo
A ler, escutando "A change is gonna come" - Sam Cooke
http://www.youtube.com/watch?v=wUT1WgHat6I
Bom dia!
então.
Tenho pensado em como é difícil olhar a nossa volta e perceber o que acontece.
Acabamos ficando tão absorvidos em nossos próprios problemas, familiares, amorosos, profissionais e com nós mesmos, que não tem muito espaço para outras preocupações.
E isso não é uma crítica. É apenas a realidade. Já é terrível para um motorista de ônibus ter que escutar diariamente críticas ao seu trabalho..
Um homem segurando no ombro sua camisa do flamengo levanta-se e chama-o de jumento porque este não quis abrir a porta em um lugar que não era mais ponto. Uma coisa é o motorista responder com educação ao passageiro que esta não é mais uma descida. Se ele abre ou não vai depender do julgamento de valor dele. E o outro, sem blusa, e sem modos, não tinha o menor direito de invadir seu direito de decisão e ainda chamá-lo de jumento. Pra piorar, o rapaz, que não percebeu que estava sendo mesquinho, continuou a conversa sobre a incompetência do motorista com os passageiros de trás.
O que quero dizer é que vemos esse tipo de comportamento todos os dias. Como podemos nos concentrar em outras pessoas, no mundo, no aquecimento global, no desmatamento da Floresta Amazonica, nas decisões do ministro da educação, e tantos OUTROS se tem sempre alguém nos deprimindo, nos desrespeitando, nos prejudicando ou nos desconcentrando? Uma pessoa com raiva não vai conseguir ser solidária, não vai ver os dois lados de uma situação, não será compreensiva. Estará pronta para descarregar sua raiva e insatisfação em outros. E assim por diante.
Então eu sugiro um pacto.
Uma tentativa geral e coletiva daqueles que conseguem ver essa situação acontecendo e que, como eu, querem mudar (alguma coisa).
Em primeiro lugar, com calma, tentar nós mesmos entendermos aqueles a nossa volta. Um chefe estúpido, uma pessoa mal educada, etc... As vezes eles tiveram um dia ruim... e se esse não for o caso, ter raiva deles e falar mal pelas costas não vai resolver nada. As pessoas sempre têm um lado que não conhecemos. Claro, você pode continuar não gostando do indivíduo, mas talvez em algumas situações, seja possível conversar com ele e mostrar que está sendo intolerante, incompreensivo, etc.
E se você estiver numa situação como essa do ônibus e tiver vontade e abertura para falar algo, diga o que pensa. Mas sempre com calma. Porque no momento em que a gente começa a agir que nem o rapaz brutamontes do exemplo, parecemos imbecis descontrolados. Chamar o motorista de jumento não ajuda em nada, só prejudica. mas chegar pra ele e dizer, poxa mas o cara não sabia que o ponto mudou, abre lá pra ele, por favor? sei lá...
enfim, esse papo meio cristão é só uma tentativa de chamar atenção pra situações que vivemos em nosso dia a dia e que acabamos deixando passar.
Converse com as pessoas. CONVERSE MAIS!
Existe tanta gente nesse mundo e muitas são completamente diferentes de você.
Seja ela de uma religião que você detesta, fale coisas das quais você discorda ou o que for. Converse, quem sabe há alguma opção de diálogo?
Assinar:
Postagens (Atom)