Ao longo do filme, o personagem de Woody Allen distribui citações de aprendizados e situações de tios e tias, mas como ele mesmo diz, acaba não seguindo um desses conselhos ("in business, friendly but not familiar") e se envolve demais com seus protegidos, que quando mais tarde e mais famosos, o abandonam para irem com outros produtores, mais conhecidos e respeitados.
É uma história bonita de amizade, de pessoas lidando com suas insegurança, de fé até e de solidariedade. Por mais que todos esse temas estejam pincelados entre piadas e risadas, estes ainda são alguns dos personagens mais reais de Woody Allen: artistas mal sucedidos, piruas de cabeleira loira, produtores decadentes, cantores gordos e alcoólatras que já fizeram sucesso há anos e agora dependem de ondas de nostalgia.
Há um sentimento do patético, mas visto de uma forma tão carinhosa que comove. Não temos o intelectualismo comum, as discussões filosóficas, ou a problemática moral de sempre. E de certa forma isso dá um frescor na obra de Woody Allen. É mais uma faceta desse diretor tão abrangente em estilo e com uma obra tão vasta.
Numa discussão mais técnica, todos os elementos ajudam a compor a personalidade do filme descrita acima. Seja o figurino e os penteados bregas dos personagens, a trilha sonora de músicas clichês italianas, os cenários, a forma de falar exagerada de Mia Farrow, que se baseou numa mulher espalhafatosa que um dia ela e Woody viram num restaurante, as frases recorrentes de Danny (may i just interject one concept in this juncture?), o ambiente da máfia decadente representada por um filho "poeta" que dramatiza tudo e tem que ser defendido pelos irmãos por ordem da mãe, a crença numa vidente que passa os dias deitada numa cama dando conselhos, etc.
O universo de Danny Rose é um pouco o universo dos freaks, dos personagens de Diane Arbus, mas a crença que ele tem em seus pupilos e sua completa dedicação nos faz não rir desse personagem ou o acharmos deprimente e sim sermos solidários e sentirmos por ele, torcendo para que seu futuro seja mais fortuito. Ficamos com uma sensação meio melancólica. Uma ponta de tristeza, mas com esperança. Porque afinal de contas, ele pode nunca ter tido o reconhecimento oficial de seu trabalho, mas como um dos comediantes que estão ouvindo e contando histórias comenta, teve uma das maiores recompensas dadas a alguém do ramo: o nome de um sanduiche no restaurante que costumam frequentar. "special danny rose"
E esse grupo de admiradores simboliza tb essa tristeza alegre, incarnando comediantes que lidam com as dificuldades de acharem uma boa audiência ou um bom local para contarem suas piadas, num mundo cada vez mais cético e duro, mas que enquanto estiverem entre amigos e tiverem boas histórias pra contar, continuarão sorrindo.
É uma história bonita de amizade, de pessoas lidando com suas insegurança, de fé até e de solidariedade. Por mais que todos esse temas estejam pincelados entre piadas e risadas, estes ainda são alguns dos personagens mais reais de Woody Allen: artistas mal sucedidos, piruas de cabeleira loira, produtores decadentes, cantores gordos e alcoólatras que já fizeram sucesso há anos e agora dependem de ondas de nostalgia.
Há um sentimento do patético, mas visto de uma forma tão carinhosa que comove. Não temos o intelectualismo comum, as discussões filosóficas, ou a problemática moral de sempre. E de certa forma isso dá um frescor na obra de Woody Allen. É mais uma faceta desse diretor tão abrangente em estilo e com uma obra tão vasta.
Numa discussão mais técnica, todos os elementos ajudam a compor a personalidade do filme descrita acima. Seja o figurino e os penteados bregas dos personagens, a trilha sonora de músicas clichês italianas, os cenários, a forma de falar exagerada de Mia Farrow, que se baseou numa mulher espalhafatosa que um dia ela e Woody viram num restaurante, as frases recorrentes de Danny (may i just interject one concept in this juncture?), o ambiente da máfia decadente representada por um filho "poeta" que dramatiza tudo e tem que ser defendido pelos irmãos por ordem da mãe, a crença numa vidente que passa os dias deitada numa cama dando conselhos, etc.
O universo de Danny Rose é um pouco o universo dos freaks, dos personagens de Diane Arbus, mas a crença que ele tem em seus pupilos e sua completa dedicação nos faz não rir desse personagem ou o acharmos deprimente e sim sermos solidários e sentirmos por ele, torcendo para que seu futuro seja mais fortuito. Ficamos com uma sensação meio melancólica. Uma ponta de tristeza, mas com esperança. Porque afinal de contas, ele pode nunca ter tido o reconhecimento oficial de seu trabalho, mas como um dos comediantes que estão ouvindo e contando histórias comenta, teve uma das maiores recompensas dadas a alguém do ramo: o nome de um sanduiche no restaurante que costumam frequentar. "special danny rose"
E esse grupo de admiradores simboliza tb essa tristeza alegre, incarnando comediantes que lidam com as dificuldades de acharem uma boa audiência ou um bom local para contarem suas piadas, num mundo cada vez mais cético e duro, mas que enquanto estiverem entre amigos e tiverem boas histórias pra contar, continuarão sorrindo.
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